O PROJETO

100% Figo é um projeto integrado que visa a recuperação de moléculas bioativas provenientes da fileira do figo e conta com a participação de Centros de I&D (Tagusvalley TGV – Associação para a Promoção e Desenvolvimento do Tejo Valley Technopole e Associação BLC3 – Campus de Tecnologia e Inovação), Instituições Públicas de Ensino Superior (Instituto Politécnico de Bragança e o Instituto Politécnico de Leiria), e uma empresa agrícola (Sociedade Agrícola Quinta da Mó de Cima) produtora de figos.

O projeto centra-se na utilização de bioresíduos (folhas e cascas) resultantes da produção e transformação de figos, para contribuir para o desenvolvimento de novos produtos alimentares saudáveis, promovendo a sustentabilidade e a economia circular.

O primeiro passo é a identificação de potenciais moléculas conservantes e bioativas presentes nos bioresíduos das cinco variedades de figo (Dauphine, Pastelliere, Longue d’Aout, Figue de Marseille e Bourjassote Noire). Posteriormente, as moléculas e extractos, após determinação da potencial toxicidade, serão utilizados para a conservação de diversos produtos alimentares, nomeadamente compotas e outros doces à base de fruta, e será avaliada a sua estabilidade ao longo do prazo de validade, funcionalidade e avaliação sensorial. Por fim, será feita a otimização dos processos laboratoriais para permitir o scale-up para um nível piloto. A utilização destas moléculas conservantes provenientes da figueira permitirá uma redução na utilização de açucares e potenciará o usufruto de compostos benéficos para a saúde dos consumidores.

Resumo do Projeto

Objetivos

Com o projeto 100%Figo – Produto biofuncional pretende-se desenvolver uma solução inovadora e sustentável de transformação do figo fresco, na forma de compota e doce, baseada na extração e incorporação de compostos bioativos dos bioresíduos da própria fileira do figo, que permitam, além da conservação da qualidade nutricional e sensorial dos figos, contribuir para a funcionalidade do alimento, e reduzir o teor de açúcares.

O projeto enquadra-se no domínio prioritário do Agroalimentar sendo as suas principais áreas de atuação o tratamento e reutilização de resíduos, o tratamento e reutilização de resíduos e alimentos saudáveis e sustentáveis.

De facto o projeto visa a criação de uma solução inovadora e sustentável de transformação e conservação de figos, em produtos de compotas e caldas, e sendo esta solução baseada no aproveitamento dos resíduos da fileira do figo, podemos afirmar que o projeto irá claramente contribuir para a reutilização de agroresíduos (desde a folha da figueira, à casca do figo), originando produtos biofuncionais, com reduzido teor de açúcar, seguros ao nível da sua conservação e, não menos importante, de produção sustentável, sustentada nos princípios da economia circular.

Assim, o projeto potenciará o usufruto dos benefícios dos figos para a saúde, por parte dos consumidores, enquanto contribui para a Economia Circular.

O projeto enquadra-se igualmente no domínio prioritário das Tecnologias de Produção e Indústrias de Processo. O desenvolvimento dos produtos 100%Figo vai assentar em tecnologias avançadas de extração e incorporação de compostos bioativos, tais como extratores de solventes orgânicos por micro-ondas, ultrassons, alta pressão hidrostática ou campos elétricos pulsados, que irão permitir valorizar os bioresíduos da fileira do figo, como as folhas, a casca, entre outros. Uma outra vertente especialmente relevante que o projeto pretende explorar é a caracterização e aprofundamento do conhecimento existente relativamente aos compostos bioativos dos agroresíduos e respetivo potencial para a incorporação em alimentos. Neste sentido, serão utilizadas técnicas avançadas, tais como técnicas de cromatografia líquida de alta eficiência, bem como métodos avançados de modelação e simulação de formulações, e posteriores ensaios para avaliar os principais parâmetros de qualidade. Como tal, o projeto encontra-se enquadrado nas linhas de atuação Redução e Reutilização de Resíduos e Biotecnologia Industrial.

Potenciais Destinatários

• Indústria;
• Agricultores;
• Associações;
• Cooperativas;
• Agrupamentos e organizações de produtores.